Abril 12, 2023 Autor

Sala do Arcos — Um espaço reabilitado com o apoio da Fundação Millennium bcp

MUSEU NACIONAL DO AZULEJO MECENATO PRIVADO E AQUISIÇÕES PÚBLICAS

MUSEU NACIONAL DO AZULEJO MECENATO PRIVADO E AQUISIÇÕES PÚBLICAS

Sala do Arcos — Um espaço reabilitado com o apoio da Fundação Millennium bcp

 

Com a reabilitação da chamada Sala dos Arcos e a apresentação de um novo projeto museográfico, com o apoio mecenático da Fundação Millennium bcp, o Museu Nacional do Azulejo dá continuidade à renovação da sua exposição permanente, disponibilizando aos seus visitantes painéis de azulejo inéditos que passarão a constituir referência para os especialistas e para o público em geral.

Ao longo dos últimos anos, a Fundação Millennium bcp tem-se afirmado enquanto mecenas do Museu Nacional do Azulejo ao apoiar não só a concretização de exposições temporárias, mas sobretudo iniciativas estruturantes do espaço expositivo do Museu e do antigo convento a Madre de Deus onde este se encontra instalado.

Foi o caso, em 2015, do Restauro integral da sala chamada de D. Manuel, possibilitando a fruição pública do importante conjunto de painéis de azulejos setecentistas que a revestem, e é agora o caso do espaço conhecido como Sala dos Arcos.

A Sala dos Arcos, situada no piso superior do antigo convento da Madre de Deus e assim chamada devido ao formato das suas janelas contíguas ao claustro de D. João III, passa a apresentar um novo projeto museográfico dedicado à azulejaria barroca e rococó da segunda metade do século XVIII.

Este projeto, com autoria dos arquitetos Mariano Piçarra e Luís Afonso Carvalho, apresenta cerca de 40 obras, 16 das quais mostradas pela primeira vez ao público depois de um criterioso processo de restauro a cargo da equipa especializada do Museu.

Na narrativa da exposição permanente do Museu Nacional do Azulejo, a Sala dos Arcos passa a ser o espaço privilegiado para a apresentação da azulejaria da Grande Produção Joanina (1725-1750), assim designada por coincidir parcialmente com o reinado de D. João V (1706-1750), de que reflete a opulência e ostentação.

Aqui passam a estar expostos alguns dos mais qualificados e representativos exemplares da coleção do Museu, permitindo usufruir e compreender este momento riquíssimo da manufatura azulejar portuguesa.

Entre as obras deste período, apresentadas pela primeira vez, é possível destacar uma Batalha de Alexandre, sumptuoso painel recortado de grande efeito cenográfico, ou um invulgar relógio de parede em azulejos, restituído à sua função original pela recolocação do ponteiro.

Também nesta sala passam a ser apresentados os exemplares produzidos no rescaldo do Terramoto de 1755. Veículo da nova estética Rococó, patente, desde logo, em molduras de formas concheadas irregulares que deixaram para trás o gosto pelo contraste entre o azul e branco, para valorizar uma paleta onde a cor voltou a ser dominante.

Destaque, entre as obras inéditas, para um painel de grande dimensão representando uma Alegoria às Estações do Ano, proveniente do hospital de Santa Marta, em Lisboa.

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