Ílhavo
Com uma área de 73,48 km² e uma população de 38 598 habitantes, Ílhavo está inserido numa planície costeira, de baixa altitude e de grande uniformidade topográfica, limitada a este por relevos mais significativos. O elemento geomorfológico mais expressivo de toda a região é formado por um sistema lagunar, vulgarmente designado por Ria de Aveiro, cuja evolução determinou o povoamento de uma parte significativa do concelho.
A partir de meados de oitocentos, por razões diversas, mas também associadas à sua localização e património natural, Ílhavo registou um desenvolvimento económico e um crescimento demográfico invulgar, o que terá influenciado significativamente o seu futuro. De acordo com vários estudos, a evolução da população residente no município, foi marcada por diferentes fatores demográficos que explicam o seu desenvolvimento, entre eles obviamente a natalidade, a mortalidade, a emigração e imigração. No entanto, nos últimos dois séculos, com o seu núcleo urbano francamente consolidado, a população foi sempre aumentando de forma consistente e gradual, o que se explica pela a incorporação das Gafanhas, mas também pelo reconhecimento do dinamismo industrial do território, nomeadamente, construção naval, fabrico cerâmico e de vidraria, e em particular com a instalação da Fábrica de Porcelanas da Vista Alegre (desde 1824) e pelo seu sucesso que fez aumentar a imigração para o concelho.
Durante o Século XX, a população ilhavense praticamente triplicou, o que se correlaciona com diversas vicissitudes: o reinício da pesca e transformação do bacalhau, que foram motivos de atração de muita população do interior, tanto para a captura, mas sobretudo, para a transformação e para as secas artesanais do pescado que exigiam bastante mão-de-obra; com o desenvolvimento da construção Naval em madeira; a afamada tradição da porcelana da Fábrica de Porcelanas Vista Alegre; o fabrico de vidros e a tradição da faiança, com a instalação de vários artesãos e oficinas, entre eles a Oficina da Formiga e o CASCI (Centro de Ação Social do Concelho de Ílhavo). De realçar ainda que as profundas reestruturações industriais no fabrico da porcelana em pleno século XX permitiram à Fábrica da VA rentabilizar a produção, tornando mais eficaz a sua capacidade de resposta, face ao aumento do consumo e globalização dos mercados. Além disso, a manutenção de uma área de manufatura, altamente especializada, centrada no saber-fazer dos operários e nas tradições centenárias da empresa, permitiu à Fábrica ocupar um lugar de primazia entre as grandes manufaturas europeias, valorizando soberbamente o território de Ílhavo.
Este trajeto de sucesso irá consolidar-se nas décadas seguintes e a tendência ascendente da população residente no Município de Ílhavo continua a registar-se até aos dias de hoje.
João António Filipe Campolargo
Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo
MENSAGEM DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE Ílhavo
Ílhavo, um município apaixonado pela cerâmica.
Ílhavo é o município que olha para a louça de cima a baixo. Aqui aprecia-se cada detalhe do prato, da chávena ou da terrina, desde os motivos decorativos ao carimbo que identifica o fabricante. E o fabricante que, desde logo, vem à cabeça é, sem dúvida, a Vista Alegre, que há quase dois séculos enraíza esta paixão nos ilhavenses.
A reputação que as porcelanas da Vista Alegre têm alcançado ao longo de décadas ultrapassa fronteiras e, ao mesmo tempo, deixa marcas no território onde a empresa está instalada. Desde a sua fundação, é um importante impulsionador da economia do município, com impacto, também, a nível cultural e social, sendo um dos maiores empregadores da região. Por um lado, faz persistir a tradição, por outro lado, introduz inovação e design de prestígio.
Mas a cultura da cerâmica em Ílhavo não se fica por aqui. Nos últimos anos têm surgido outras formas de valorizar a louça utilitária e decorativa, como é o caso da Oficina da Formiga, que explora a tradição da faiança portuguesa, recuperando os motivos e as cores usadas pelas olarias da segunda metade do século XIX.
Em Ílhavo, a produção artesanal tem-se diversificado e continua a haver renovação de talentos e novas olarias, como é o caso da Aquiles. Esta vocação para a cerâmica é, ainda, “matéria-prima” para a produção cerâmica artística, de grande valor social, moldada e pintada por pessoas portadoras de deficiência, utentes do Centro de Ação Social do Concelho de Ílhavo (CASCI).
Além deste caráter cultural e até afetivo materializado, sobretudo, na louça de cerâmica decorativa e artística, estão instaladas em Ílhavo várias unidades industriais tanto da área de louça utilitária, como de pavimentos e revestimentos de elevada qualidade, que dão um significativo contributo para a dinamização da economia e para a criação de emprego no município.
Por outro lado, não podemos falar da cerâmica em Ílhavo sem mencionar o património de azulejaria portuguesa, que podemos apreciar sobretudo nas zonas históricas residenciais.
É com este valor que atribuímos à cerâmica que acreditamos que podemos dar um forte contributo no trabalho em rede a desenvolver pela Associação Portuguesa das Cidades e Vilas Cerâmicas.
Por todos os motivos mencionados e por outros mais, aproveito para convidar a visitar o Município de Ílhavo e a conhecer de perto o trabalho desenvolvido na área da cerâmica.
João António Filipe Campolargo
Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo
Representantes da APTCVC
Vereadora Assunção Mariana Ramos, CM de Ílhavo
Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral