COIMBRA
Coimbra é capital da Região e do Distrito de Coimbra.
Cidade de ruas estreitas, pátios, escadas e arcos medievais é detentora de uma vasta riqueza patrimonial. Foi berço de nascimento de seis reis de Portugal da Primeira Dinastia, e acolhe uma das mais antigas universidades da Europa e primeira do nosso país, fundada em 1290, por iniciativa do rei D. Dinis.
Cidade de sombreireiros, sirgueiros, alfaiates, caldeireiros, cordoeiros, oleiros, entre outros, foi um dos mais antigos e importantes centros de produção oleira do país. Apesar de haver registos que atestam a sua existência em 1145, apenas no séc. XVI encontramos uma rede de produção organizada. Terá sido esta prolifera comunidade oleira da cidade, estimulada pelo facto de este ser um centro importante para as rotas de comercialização do papel, desfrutando da via de ligação que o Rio Mondego proporcionava entre o interior e o litoral que promoveu o desenvolvimento da produção de faiança em Coimbra.
A indústria ceramista já se encontrava implantada e organizada em Coimbra no período de transição para o século XVII, como prova o Regimento dos Oleiros e Malegueiros de 1623. Este é o primeiro documento conhecido a regulamentar o ofício, determinando as condições para o exercer e para o próprio fabrico, definindo fases, barreiros a explorar e composição das pastas. A existência deste documento torna ainda mais provável que no final do seculo XVI o fabrico de faiança em Coimbra fosse corrente.
A época áurea da produção de faiança coimbrã foi na primeira metade do séc. XVIII. Este facto deveu-se fundamentalmente ao baixo custo em relação à longevidade das peças, sendo a faiança de uso corrente (peças mais robustas e formas mais simples) a mais apreciada, não sendo isto sinónimo de falta de excelência técnica, mas sim uma opção puramente comercial; aqui eram criados vários tipos de louça, desde a mais barata, até à faiança mais nobre, caracterizada por uma elevada qualidade técnica e feita a partir das melhores argilas e barros, tendo estas peças como destino a exportação.
José Manuel Silva
Presidente da Câmara Municipal de Coimbra
MENSAGEM DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA
Coimbra, cidade escolhida por D. Afonso Henriques para primeira capital do Reino de Portugal, apresenta-se como um dos centros mais antigos de cerâmica do país, com raízes no século XII. Tal facto não é de admirar se tivermos em conta que, ao tempo do primeiro rei de Portugal, Coimbra era o epicentro de um país em construção, onde afluíam pessoas e bens de variadas proveniências.
A existência de produção ceramista organizada em Coimbra está atestada pelo menos desde o século XVI, com apogeu no século XVIII, sobressaindo nomes como Manuel da Costa Brioso e até o ilustre professor da Universidade Domingos Vandelli, tendo-se este último dedicado à produção de faiança de qualidade superior que ficaria conhecida como louça “vandel” ou “de Vandelles”.
A própria toponímia revela-nos como este ofício era importante para a cidade, com o Largo das Olarias ou a Rua da Louça a lembrarem tempos em chegaram a existir cerca de 60 lojas de venda da louça coimbrã! Azul-cobalto, ocre, amarelo e verde são as cores mais características da nossa cerâmica, adornando canecas de peixe, pratos, travessas, bilhas, potes e boiões.
A integração de Coimbra na Associação Portuguesa das Cidades e Vilas Cerâmicas será, deste modo, um fator-chave na divulgação e preservação desta manifestação cultural quase milenar que urge valorizar e proteger.
José Manuel Silva
Presidente da Câmara Municipal de Coimbra